No computador ou nas telas dos telefones portáteis, o futuro da televisão aponta para um novo hábito: o de assistir TV fora da TV.
Esse novo hábito cria uma experiência de sala de estar reunindo grupos de pessoas que acessam o mesmo programa de TV ao vivo a partir de diferentes lugares e podem participar de chats enquanto assistem. Com isso, os usuários podem trocar mensagens pelo Facebook e o Twitter enquanto veem TV. E assim, o Provedor se coloca como ator da interação social na TV em qualquer lugar.
Do início das transmissões, em meados dos anos 20, à consagração dos grandes cubos como o meio de comunicação mais poderoso, a televisão foi capaz de fazer o mundo parar em frente à sua tela. Lançou modas, derrubou políticos e influenciou comportamentos. Agora é a vez de ela correr atrás do espectador e se mostrar presente aonde ele estiver.
Com o crescimento da banda larga, a internet se consolidou como plataforma para distribuição de programas de TV de qualidade. Sites e aplicativos como o YouTube, Netflix e HBO entenderam que o que as pessoas querem é ter o controle sobre o que elas assistem e então veio o boom de conteúdo sob demanda. Essas empresas impulsionaram esse novo jeito de assistir televisão, em que deixa de existir a barreira tecnológica que obrigava a todos assistirem ao mesmo programa na mesma hora. Com exceção a eventos ao vivo, shows e notícias, não faz mais sentido ver alguma coisa na hora em que a emissora decide transmiti-la.
Um dos maiores atrativos para os seus 24 milhões de visitantes únicos mensais é o conteúdo do reality show Big Brother Brasil. Segundo Julio Preuss, gerente de inteligência da empresa, esse tipo de evento aumenta os acessos de sites que trazem notícias e vídeos sem prejudicar a audiência da TV.
A evolução para aplicativos de TV na internet já começou.
A Samsung anunciou este ano que a sua próxima linha de televisores Smart TV no Brasil virá integrada com plataforma de streaming de jogos, que dispensa consoles.
Estamos acompanhando os principais canais de televisão em todo o mundo se moverem para a Internet. O que já era uma realidade das rádios há mais de duas décadas, a transmissão ao vivo na web via protocolos como o RTMP agora é utilizado por veículos como o SBT, a rede GLOBOSAT (Multishow, GNT, Globonews, SporTV, Universal, Gloob e outros), ou ainda canais internacionais (CNN, TV ALSOL, Al Jazeera TV e outros).
Seguramente um dos principais serviços de internet prestados pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro através da CET-Rio e o mais popular, são as câmeras da CET-Rio espalhadas pela cidade transmitindo imagens em tempo de real de vários pontos do bairros de Copacabana, Ipanema e Leblon, Rio de Janeiro.
Outro exemplo é o serviço Secretaria de Informática do Senado (Prodasen) que agora passou a transmitir ao vivo a TV Senado pela internet. Muito em breve, todos os principais canais estarão transmitindo toda sua programação AO VIVO na web.
Banda larga vs latência
Agora cabe perguntar ao Provedor de Internet se ele está preparado para essa transformação.
Quando se trata de experiência de navegação web, verifica-se que a latência é provavelmente o fator limitante hoje. Para evitar gargalos na rede em um cenário onde um enorme número de pessoas querem e vão assistir o mesmo vídeo simultaneamente, a resposta seria armazenar cópias dos vídeos o mais perto possível dessas pessoas.
Armazenamento inteligente
Soluções de cache que usam produtos de armazenamento genéricos exigem ajuste significativo para a entrega de vídeo e protocolos específicos de transmissão de conteúdo ao vivo, introduzindo inevitavelmente, latência, complexidade e custos adicionais no processo de entrega. É muito importante buscar soluções de mercado que apliquem técnicas de armazenamento especificamente para streaming de vídeo (ABR) e transmissão ao vivo (RTMP). A fim de fornecer armazenamento multi-tier inteligente que é otimizado e configurado para demandas exclusivas de real-time streaming.
Felipe Wihelms Damasio
Diretor de Tecnologia
CEO da Taghos Tecnologia