O propósito deste blog é também atingir quem tem planos de abrir um provedor de internet, mas que ainda não sabe bem por onde começar, ou tem ainda muitas dúvidas. Por isto, fizemos um material que pode ajudar a guiar e mostrar como inciar esta empreitada.
Primeiro de tudo é importante que se tenha uma visão geral do mercado, e principalmente que existem grandes empresas de telecomunicações, que abocanham grande parte da clientela brasileira. Segundo pesquisa feita no ano de 2011, cerca de 80% dos assinantes de internet no país na época eram atendidos pelas seis maiores teles brasileiras (Telefônica, Oi, Net, Embratel, GVT e CTBC).
Outra, mais recente, de agosto de 2014, feita pela Teleco – Inteligência em Telecomunicações – aponta que a penetração de acesso à internet chega a até 94% das empresas, das quais 85% com banda larga. Então, atente-se: o segundo ponto a ser destacado é que este mercado tem um altíssimo potencial de crescimento.
Veja o guia que preparamos para que consiga montar um passo a passo, e finalmente pôr em prática o plano de ter um provedor de internet.
LOCALIZAÇÃO: É de extrema importância conhecer geográfica e comercialmente o local em que pretende trabalhar. Se pretende trabalhar com internet via rádio, por exemplo, fatores climáticos da região de atuação podem influenciar negativamente no sinal, principalmente por conta das chuvas. Além disto, tem a questão do alcance, que pode ser minimizado por conta da poluição, terreno acidentado, ou por conta de incidência muito grande de morros e montanhas.
Pode não parecer, mas neste mesmo ponto é relacionada a questão comercial. Quais os concorrentes que atuam na mesma área que pensa em montar seu provedor? É algo a se pensar, mas nem sempre chegar depois em uma região é premissa de insucesso, ou dificuldade nos negócios. Se apostar em bons promocionais, em bons técnicos e em boa qualidade de sinal, garantirá o lugar de seu provedor no mercado.
LICENÇA: Para ter mais tranquilidade e maior certeza de que seu provedor terá um futuro de sucesso, é preciso ter uma licença de SCM, ou de Serviço de Comunicação Multimídia. Mas, primeiro de tudo, é preciso ter uma empresa, ser Pessoa Jurídica.
A licença citada acima deve ser obtida junto à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), e tem um custo de R$9.000,00. Mas, para quem está começando e ainda tem um pequeno provedor, há maiores facilidades.
Algumas regras foram alteradas anos atrás, pela própria agência, para beneficiar quem tem menos de 5 mil assinantes, como por exemplo a diminuição do valor para obter a licença, para R$400,00.
Pelos anteriores R$9.000,00 hoje é possível adquirir, de uma só vez, as licenças SCM (banda larga fixa), STFC (telefonia fixa) e SeAC (TV por assinatura).
Trabalhar sem licença é crime, segundo a Lei Geral de Telecomunicações!
ESTRUTURA: A constituição da estrutura dependerá do tipo de serviço que o provedor irá ofertar.
Se for um serviço wireless necessitará de antenas e torres, se for um serviço via fibra, há a necessidade de alugar postes das empresas distribuidoras de energia elétrica (comumente chamadas de concessionárias) para fixação de caixas de emenda, por exemplo.
Além disto, a quantidade de clientes e a distância que eles se encontram do provedor também são informações importantes, principalmente no que se refere ao volume de suprimentos que será necessário para a ativação dos mesmos.
PESSOAL: O quadro de funcionários também é variável, de acordo com o tamanho do provedor. Neste aspecto é imprescindível que haja treinamento para que o pessoal tenha mais eficiência e eficácia nos trabalhos que realizar. Vale lembrar que nem sempre o funcionário novo precisa, necessariamente, ter pleno conhecimento da área. Hoje o montante de cursos voltados para técnicos é bem amplo, e os valores, acessíveis.
A área de segurança e saúde no trabalho também não pode passar despercebida: cursos das normas regulamentadoras mais importantes para estes profissionais estão disponíveis na internet, com o mesmo valor de certificado de cursos presenciais. Duas devem ter prioridade: NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade e NR-35 – Trabalho em Altura. Não importa se a rede é em fibra óptica, em UTP, ou wireless. Estes riscos são iminentes para todos.
Lembre-se: investimento na equipe técnica é investimento no provedor e na satisfação dos clientes.
EQUIPAMENTOS: Outro ponto importantíssimo é a escolha do link dedicado e dos equipamentos que utilizará.
O aluguel de link é ofertado por empresas como GVT, Embratel, Oi, NET e Virtua, por exemplo. E os valores são variáveis de acordo com a banda (geralmente há algumas opções de quantidade de banda, de acordo com a necessidade do cliente, no caso, o provedor).
Com relação aos produtos: a maioria deles têm uma vida útil relativamente alta; sendo assim, escolha produtos de boa qualidade e bom custo-benefício. A ISPShop tem um catálogo bem completo das soluções wireless, cabeada (UTP) e FTTx, contendo equipamentos conceituados no setor de telecomunicações por serem de alta qualidade, durabilidade e terem preço justo e acessível.
Além de tudo isto, é válido que os técnicos tenham o cuidado em atualizar os firmwares e versões de cada um deles.
Aproveitando este assunto, é válido frisar a importância que o suporte técnico tem. Não é difícil encontrar em fóruns e páginas de redes sociais uma chuva de reclamações com relação aos serviços de provedores. E, se fizer uma filtragem, perceberá que a maioria delas, e a que mais deixa o cliente insatisfeito é com relação ao mal atendimento, ou não resolução do problema.
Quem é do ramo sabe que nem sempre as adversidades que ocorrem estão diretamente ao alcance do provedor, mas cabe a ele informar seus clientes e solicitar que os atendentes e técnicos tranquilizem os clientes e expliquem o motivo da paralisação.
Nos demais casos, quando o problema é mais simples de ser resolvido, agilidade e precisão ganham a confiança dos seus clientes, e fazem os clientes do concorrente pensar se fez a escolha certa.
INVESTIMENTO: Este tópico ficou por último justamente por conta de todas as variáveis que foram listadas até aqui: quadro de funcionários, licenças, estrutura, produtos… É importante que pense onde quer trabalhar; qual tipo de serviço pretende realizar (UTP, fibra, wireless); quantos clientes pretende atender; qual tamanho de estrutura comercial vai conseguir abrigar todos os funcionários, data center e servidores; quais licenças são importantes para este primeiro momento; quais equipamentos conseguirão atender melhor às necessidades do provedor e de seus clientes; cursos técnicos e de normas regulamentadoras para a equipe técnica… São muitas coisas que exigem planejamento, e investimento. Tudo deve estar na ponta do lápis.
A falta de know-how para dar prosseguimento ao objetivo de montar um provedor de acesso pode ser resolvida através de uma prática muito comum: a operação assistida. Este processo consiste na contratação de uma empresa, ou um profissional, que tenha amplo conhecimento no assunto, para que possa elaborar um conjunto de atividades para treinamento e capacitação da equipe que será responsável pelas atividades de manutenção e operação dos equipamentos, sistemas e plataformas de serviços.
À frente da operação assistida estará um engenheiro, que permanecerá para instruir em todas as etapas do processo, o que vai influenciar e diluir possíveis problemas futuros.
Segundo especialistas no assunto, a contratação de pessoal inexperiente para a realização da “fundação” do provedor é o que mais causa problemas estruturais, principalmente por estes irem passando os vícios errados nas operações para os novos integrantes, e gerar um ciclo de problemas sem fim (reveja no tópico PESSOAL a necessidade de capacitação dos técnicos e demais funcionários para um bom andamento da empresa).
E não é só para a previsão de possíveis problemas que a operação assistida é importante. A equipe tem também a visão sobre quais as melhores práticas que poderão ser tomadas para utilizar e operar os equipamentos, a fim de construir da melhor forma possível a rede, até o atendimento ao cliente.
Nem sempre os empresários estão dispostos a ter este gasto extra, principalmente no início do empreendimento, portanto, a recomendação é de que os recursos sejam voltados para a realização do projeto, e implementação do mesmo, conforme os padrões e parâmetros requeridos, pois os resultados serão muito mais satisfatórios e o retorno financeiro, muito mais rápido.
Claro que estes são pontos importantes, porém, montar um provedor de internet vai muito além disto. Pesquise, fale com especialistas no assunto, leve em consideração todas as variáveis…
Esperamos ter ajudado!