A escassez de endereços IP, visto como um dos maiores problemas da rede mundial de computadores começa a ser solucionado no Brasil através da implantação do sistema IPv6. A ideia é realizar uma ação coordenada, organizada a fim de que o país implante mais recente protocolo de comunicação da internet, segundo afirmação da agência reguladora do setor de telecom nacional, Anatel.
O padrão IP que conhecemos, e utilizamos hoje, é o IPv4, que transfere endereços de protocolos de 32 bits, e sustenta, aproximadamente, 4,29 bilhões de IPs pelo mundo todo. Parece muito, mas o sistema não suporta mais endereços que isto, e a quantidade de dispositivos conectados à internet no mundo já ultrapassou, há muito tempo, o número de endereços de protocolo. Este problema faz com que usuários lidem com incompatibilidade e dificuldade na configuração de equipamentos, por exemplo.
Uma outra realidade é utilizar IPv6. Basicamente ele é o sucessor do IPv4, e faz a mesma coisa que outras tecnologias deste tipo, mas em 128 bits, além de possibilitar maior segurança aos usuários e facilitar o trabalho de investigação e identificação de autores de crimes na web.
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A intenção é que os servidores funcionem concomitantemente em iPv4 e 6, pois a transição acontecerá de forma gradual e poderá durar alguns anos. Sendo assim, para que seja possível passar por este período evitando a sobrecarga do IPv4, a Anatel autorizou o compartilhamento de um IP público para diferentes usuários, o que, supostamente, irá equilibrar a demanda até a completa adoção do IPv6.
Não é difícil assimilar esta ação com dificuldades técnicas, problemas no armazenamento de informações e outras infinidades de consequências; e, justamente por isto, a agência definiu que todas as prestadoras de serviços de internet devem se adequar até o mês de julho deste ano, quando todos os novos usuários deverão ter, obrigatoriamente, um endereço em IPv6. Outra providência adotada pela Anatel é a determinação de que dispositivos fabricados e comercializados no país a partir de 2016 tenham endereçamento em IPv6, o que favorecerá o término da transição entre o atual e o novo modelo de protocolo.