O ano de 2015 foi um dos mais difíceis para os provedores regionais de internet. A disparada do dólar resultou numa menor capacidade de compra e redução da margem de lucro, por conta do aumento dos custos fixos e bens de consumo, como energia elétrica, por exemplo. Causou também uma diminuição nos investimentos, principalmente em infraestrutura e expansão de rede. Consequentemente, impediu as empresas de aumentarem a área de atuação e o investimento em locais sem acesso, ou com apenas uma opção de acesso.
Para se ter uma ideia, antes da crise, era possível instalar um cliente de fibra óptica com 60% do valor gasto hoje. Com isso, o retorno do investimento de cada assinante instalado de serviço de telecomunicações se estendeu. Temos, então, dois caminhos: ou mantemos a mesma capacidade de crescimento e instalação de novos assinantes ou reduzimos o número de assinantes instalados mantendo o mesmo valor de investimento antes da crise.
Momentos difíceis, como o que a maioria das empresas vive hoje, nos tiram da zona de conforto e nos obrigam a inovar cada vez mais, reduzir desperdícios e principalmente ter mais rigor no controle de custos. Mas, atenção, só pode haver o controle de custos quando a sua empresa tem uma gestão financeira profissionalizada, ao ponto de saber exatamente o quanto poderá investir no futuro e ter capacidade de tomar decisões imediatas.
Em outras palavras, você precisa se preocupar com o seu fluxo de caixa, que nada mais é do que a diferença entre as receitas e as despesas da sua empresa. Porém, é preciso levar em conta não somente as despesas já realizadas no mês corrente, mas também o aprovisionamento de férias e 13º salário dos colaboradores, impostos sobre o faturamento e demais fundos de reserva que cada companhia tem em percentuais distintos.
Como o Brasil enfrenta uma instabilidade política e econômica, precisamos lembrar que não basta apenas controlar o fluxo de caixa atual, do mês corrente, mas principalmente o projetado, ou seja, a previsão de receitas e despesas fixas que a sua empresa terá nos meses seguintes.
Esse tipo de informação subsidia, por exemplo, se a sua companhia poderá ou não fazer uma compra da conta investimento de expansão de 20 quilômetros da rede de fibra óptica, por exemplo. Ou ainda, contratar novos colaboradores para aumentar a taxa de penetração da rede existente. Também é importante para saber se, nos próximos meses, você terá condições de criar uma promoção agressiva de vendas, com o objetivo de alavancar o saldo de assinantes do serviço de telecomunicações.
Em resumo, o fluxo de caixa determina a capacidade de investimento do seu negócio. Neste artigo, não tivemos a oportunidade de falar da importância do capital de giro. Mas não tenho dúvidas de que o fluxo de caixa traz a principal informação relacionada à saúde financeira da sua empresa. Organize-se. Pense nisso!