Conheça as tendências do mercado de Telecomunicações - ISPBLOG
Enviado em 02.09.2016

Conheça as tendências e mudanças no mercado das Telecomunicações

Conhecer as tendências do mercado onde se atua é algo de extrema importância, principalmente para gestores de um provedor. Saber para onde vai o curso do rio irá ajudar e muito na hora de escolher para que lado remar.

Conheça as tendências e mudanças no mercado das Telecomunicações

Recentemente, publicamos aqui no blog uma reflexão acerca de como a revisão da Lei Geral das Telecomunicações está influenciando nos negócios dos provedores, texto escrito pelo engenheiro eletricista Asshaias Felippe. Dentre as possíveis mudanças propostas na Consulta Pública Anatel Nº 23 estão a extinção da outorga, a criação da possibilidade de concessão para a exploração da banda larga fixa e móvel, entre outros aspectos que vigoram desde 1997, quando a lei foi sancionada.

Agora, vamos a diante. A proposta deste artigo é abordar as principais tendências do mercado de telecomunicações para que você se mantenha informado das rápidas transformações do setor.

Logicamente, é preciso fazer um link entre o que é tendência com a possível aprovação de revisão da lei em vigor. Você verá que nem tudo que está proposto para ser modificado acompanha a evolução deste mercado, sobretudo no que diz respeito às novas tecnologias cada vez mais acessíveis e adotadas com mais vigor tanto pelo mercado corporativo quanto pelo usuário comum. Acompanhe!

Principais eixos propostos na revisão da Lei Geral das Telecomunicações

Uma grande mudança que deve influenciar significativamente o mercado brasileiro é a revisão da Lei Geral das Telecomunicações proposta pela Anatel. A CP23 visa, por exemplo, alterar a Resolução nº 506/2008, que regula o uso de equipamentos de radiocomunicação de radiação restrita (frequência livre e potência baixa) e também a Resolução nº 614/2013, que regula a prestação dos serviços de comunicação multimídia (SCM).

A ANATEL justifica a proposta afirmando que haverá desburocratização, estímulo ao empreendedorismo, aumento da competição e fomento à inclusão digital no mercado. No entanto, como já declarou o advogado e consultor jurídico, Alan Silva Faria, para a revista ISPMAIS, tanto consumidores quanto prestadores de serviços podem sair prejudicados com estas modificações, uma vez que já existem companhias suficientes autorizadas SCM que levam o acesso à web a todos os cantos do país. “A título de exemplificação, se a ANATEL desregular o setor, as atuais Prestadoras SCM certamente terão que competir com os chamados ‘gato-nets’”, afirma o jurista.

Por outro lado, muitas das mudanças propostas na consulta pública também se chocam com as tendências que já estão sendo vislumbradas no mercado das telecomunicações. É isso que veremos a seguir.

5 fortes tendências para o mercado de telecomunicações — algumas já estão em curso

Veja agora um compilado das principais tendências no campo das telecomunicações que estão sendo apontadas por diversos especialistas no assunto:

1. Vídeo 4K, LTE e 5G acirrando a competição na rede metropolitana

O aumento exponencial do tráfego de dados móveis, vídeos em alta definição e 4k, streaming de vídeo, entre outros, estão adicionando mais pressão à rede metropolitana. Para que estas aplicações funcionem de acordo com a demanda, é preciso, cada vez mais, adicionar capacidade por usuário, o que faz com que os provedores disparem uma verdadeira corrida por ganho de mercado.

Este movimento faz aumentar a urgência de redes mais eficientes, sobretudo quando falamos do aumento da capacidade, mas também exige das empresas do setor mais flexibilidade e otimização da gestão para diminuir o custo por bit.

A própria transição do 4G para o 5G também deve ganhar a pauta na região, pois exige evolução da infraestrutura, visto que o 4G está apenas engatinhando na América Latina.

2. Popularização do SDN e do NFV

Em 2014, o número de empresas que criaram soluções e softwares que colocam SDN/NFV aumentou significativamente. O mercado no geral vem levando as opções de SDN mais a sério, o que coloca os provedores latino-americanos mais alinhados com o que seus pares na América do Norte e na Europa estão fazendo em termo de definição e implementação de exigências.

A tendência, neste ponto, é que não é preciso esperar dois ou três anos para ver o progresso da SDN. Aplicações deste tipo já são realidade em todo o mundo a partir de 2015. E as discussões sobre NFV também crescem, pois o que o software pode fazer por uma rede tendem a impulsionar a substituições das funções de hardwares por seus equivalentes virtualizados.

Especialistas no assunto preveem que o mercado de SDN e NFV deva movimentar 18 bilhões de dólares até 2020.

3. Serviços personalizados trarão mais eficiência

Também os serviços sob demanda, especialmente no que diz respeito ao excesso de provisionamento de rede, são uma tendência forte no mercado de telecomunicações. Espera-se que a capacidade da rede se adapte às nossas necessidades de largura de banda e a pontos de acesso que se alteram. Mais e mais prestadores de serviços devem oferecer este novo formato.

A própria dinâmica atual da economia em todo o mundo gira em torno da oferta e execução de soluções personalizadas para atender as necessidades de análises em tempo real e acompanhar o ritmo da exigência de largura de banda e estratégias mais avançadas de monetização.

4. Taxas de roaming mais razoáveis

O avanço da mobilidade e o trabalho móvel em campo é visível — a IDC afirma que 45% das empresas da América Latina devem aumentar seus esforços em mobilidade e um relatório da Ipass aponta que 70% dos trabalhadores móveis utilizam seus próprios dispositivos.

Ao mesmo tempo em que este movimento no comportamento dos usuários e das empresas exige adaptações e cuidados com segurança na rede, ele também obriga as operadoras a praticarem tarifas mais “amigáveis” para que seus clientes explorem mais recursos. Logicamente, isso advém da grande concorrência neste filão de mercado ainda pouco explorado. Planos corporativos, sobretudo, estão forçando os prestadores de serviços a fazer concessões como pacotes de dados ilimitados para fora do país e, em alguns casos, até a isenção de taxas de roaming.

5. Startups põem em cheque o poderio das gigantes do setor

Outra tendência que não pode ser ignorada é a quantidade de startups que estão chegando ao mercado para competir com grandes players do setor. Sobretudo no que diz respeito a serviços digitais, a concorrência tende a aumentar significativamente nos próximos anos.

Todas as tendências aqui apontadas já podem ser visualizadas de diferentes formas no mercado de telecomunicações. E elas estão acontecendo no mesmo momento em que o governo propõe mudar a lei, o que deve exigir dos empresários do setor mais esforços para se manterem competitivos e atualizados.

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