Internet Via Fibra – Uma realidade - ISPBLOG
Enviado em 15.03.2017

Internet Via Fibra – Uma realidade

Após vários anos e diversas tecnologias criadas para transmissão de dados, a fibra óptica se tornou a referência.

Internet Via Fibra

Se formos analisar a evolução das redes físicas que permitiam o acesso à Internet desde os seus primórdios até os dias de hoje, veremos a grande quantidade de tecnologias envolvidas. Desde o surgimento da ARPANET, em 1969, satélites e sistemas via rádio sempre foram utilizados, e ainda são, assim como sistemas cabeados. Quando falamos da evolução tecnológica de cabos para aplicações externas de acesso a serviços, principalmente no Brasil, esta foi mais lenta quando comparamos com os países desenvolvidos. Até hoje boa parte das nossas redes ainda contém cabos antigos, degradados e circuitos com muitas perdas.

De acordo com dados coletados da Anatel, o market share das soluções xDSL é líder de acessos no país, seguido pelo cable modem, com percentuais aproximados de 51% e 32% (dados de janeiro a maio de 2016), respectivamente. Ambas tecnologias absorvem mais de 80% do market share do setor, sendo que a solução xDSL utiliza os antigos cabos de cobre da rede telefônica e não é capaz de fornecer a qualidade requerida pelas demandas de multimídia atuais. Esta “responsabilidade” recai sobre o cable modem e as fibras ópticas. O primeiro utiliza dos cabos coaxiais que possuem largura de banda muito maiores que os cabos de cobre de pares trançados tradicionais e um modem na ponta (lado do usuário). A segunda, fibras ópticas, possui estabilidade, permite longas distâncias, baixas perdas, imunes às interferências eletromagnéticas e largura de banda gigantesca, além do mais, podem ser terminadas dentro da casa do indivíduo.

Falando mais especificamente sobre fibra óptica, nesse caso, o Brasil ainda tem uma participação modesta se observarmos que até maio de 2016. O percentual de participação foi apenas de 5,55%! Entretanto, podemos ver com bons olhos este valor, pois há um crescimento de aproximadamente 1% no período de um ano. O valor é discreto, mas há de se verificar que outras tecnologias, no mesmo período, tiveram quedas em suas participações.

Ainda baseado em dados da Anatel, se analisarmos a evolução das três principais tecnologias no tempo (excluindo acessos sem fio), trimestralmente, entre o último trimestre de 2014 e o primeiro semestre de 2016, teremos o seguinte gráfico:

Podemos interpretar que, embora haja uma queda na variação percentual da fibra, esta tecnologia, dentre as três mais representativas no momento (não incluindo soluções sem fio), é a única que apresenta variações positivas e expressivamente maiores, comparando às variações negativas do xDSL, por exemplo. Tanto o xDSL quanto o Cable Modem já denotam quedas nos acessos. Apesar de modestos, devido aos restritos investimentos no período, estes números mostram a tendência na evolução tecnológica de acesso em fibra óptica aos serviços de Internet.

Além dos números apresentados, sentimos em nosso dia-a-dia, as demandas por acessos mais ágeis quando tentamos assistir a um vídeo no YouTube, ou a um filme no Netflix, ou uma aula à distância, e a imagem ou áudio começam a “falhar”, não é mesmo? Este aumento de demanda, principalmente, por áudio e vídeo de qualidade, vai exigir mais da rede de acesso que você possui. É nesse momento que a solução óptica começa a despontar.

 

Soluções ópticas

Para suprir as demandas de alto desempenho com fibras ópticas o mercado vem implementando redes do tipo FTTx, ou seja, Fiber to the “x”, onde o “x” pode ser diferentes pontos de entrega da rede óptica, como abaixo:

FTTB (Fiber to the Building) – é uma arquitetura de rede externa que termina na entrada de um prédio, seja ele comercial ou residencial. Se a edificação possui um sistema de cabeamento estruturado implementado, o cabo externo terminaria na Entrada de Facilidades (EF), e a partir deste ponto o cabo óptico é substituído por outro, porém do tipo interno. Entre a EF e a Sala de Equipamentos (ER), a rede pode ser óptica ou metálica, assim como desta sala às Salas de Telecomunicações. E o cabeamento horizontal é, geralmente, realizado com cabos metálicos. Vide maiores detalhes sobre cabeamento estruturado no “Papo Estruturado” em: http://www.rvconsultoria.com.br/

 

FTTA (Fiber to the Apartment) – Neste caso, a rede externa é terminada dentro da Sala de Equipamentos (ER) onde o sinal óptico é “dividido” através de splitters ópticos, sendo entregue uma única fibra por apartamento, ou sala comercial.

FTTH (Fiber to the Home) – Essa arquitetura é semelhante à anterior, porém trata de atendimento de casas onde a rede externa é finalizada dentro da casa do cliente por uma única fibra.

 

Os Provedores de Serviços via Internet (ISPs) ou Operadoras em geral, apesar de ainda possuírem longas distâncias em redes baseadas em xDSL, Cable Modem ou híbridas (HFC – Hybrid Fibre Coax), tendem a migrar gradativamente para as redes ópticas como as arquiteturas apresentadas em FTTx, em função da alta demanda pela qualidade, estabilidade, e largura de banda ao acesso à Internet e aos seus serviços com incalculáveis bytes.

 

Reinaldo Vignoli
Engenheiro Eletricista, Consultor, Projetista e Professor Universitário

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