Infraestrutura aplicada às telecomunicações - ISPBLOG
Enviado em 27.09.2017

Infraestrutura aplicada às telecomunicações

Você sabia que de acordo com os dados cerca de 60% a 70% dos problemas de rede de telecomunicações resultam da infraestrutura física? Sim, é verdade! A infraestrutura é, muitas vezes, negligenciada por projetistas e instaladores.

Você sabia que de acordo com os dados cerca de 60% a 70% dos problemas de rede de telecomunicações resultam da infraestrutura física? Sim, é verdade! A infraestrutura é, muitas vezes, negligenciada por projetistas e instaladores. Esta parte da solução é tão importante quanto os equipamentos e softwares, na verdade, uma solução completa depende de cada item de qualquer sistema, uma depende da outra!

Quando falamos em infraestrutura física estamos nos referindo a:

  • Salas ou ambientes técnicos;
  • Posteamentos;
  • Redes de dutos;
  • Bandejamentos e tubulações diversas;
  • Todos os tipos de caminhos que conduzem cabos de comunicação ou energia.

Os ambientes internos, como as salas de telecomunicações ou de equipamentos e data centers, ganham notoriedade quando têm a sua importância entendida e apoiada pelos responsáveis sendo bem projetadas, o que resulta em uma instalação limpa, organizada, bem dimensionada, que se preocupada com a manutenção, sustentabilidade, eficiência energética, garantia de um ambiente que permita o bom funcionamento dos equipamentos lá instalados e tendo a sua concepção baseada em normas. Para estes espaços podemos listar algumas disciplinas que devem ser observadas ao serem projetadas e, que por consequência, devem ter atenção técnica específica:

  • Sistema de controle de acesso;
  • Sistema de monitoramento;
  • Sistema de detecção, alarme e combate a incêndio;
  • Sistema de ar condicionado;
  • Sistema elétrico;
  • Sistema de aterramento;
  • Iluminação;
  • Infraestrutura de cabos;
  • Racks;
  • Piso elevado e/ou forro;
  • Espaço físico;
  • Sistema de backbone;
  • Distribuidor de pavimento para o cabeamento horizontal;
  • Aspectos de limpeza, infiltrações e inconformidades em geral.

Tanto nos ambientes internos quanto nos ambientes externos, garantir que cabos sejam bem acomodados ou instalados é fundamental. No ambiente externo os cabos ficam expostos a chuva, vento, poeira, calor, vegetação, animais, vândalos, acidentes, etc., fazendo com que estas instalações sejam críticas. E o que tem a ver a rede externa com a interna? Tudo! Qualquer contratação de serviço passa pela rede outdoor via postes ou em instalações subterrâneas. É neste momento que os problemas começam a surgir, vejamos alguns exemplos:

POSTES

É comum vermos postes sobrecarregados com cabos de diversas empresas e até mesmos com cabos de serviços clandestinos ou/e inoperantes que seus proprietários não recolhem. Isso faz com que a carga de tração no posteamento se altere provocando o desequilíbrio das forças onde postes e cabos muitas vezes são afetados. O impacto visual que estes cabos trazem para o meio urbano é crítico e já passa por discussões e ações entre órgãos municipais e concessionárias (vide minhas matérias das duas últimas edições da ISPMAIS a respeito deste assunto).

INSTALAÇÕES SUBTERRÂNEAS

Redes de dutos abarrotadas de cabos onde não há mais espaço para nenhum circuito. Caixas de manutenção, passagem e derivação igualmente lotadas de cabos de disciplinas variadas de diferentes empresas e, muitas das vezes, inundadas de água já que os drenos não atuam como esperado. Não raro, encontramos caixas cheias de terra e tubulações sem vedação facilitando a entrada de detritos e animais. Também não encontramos cabos corretamente dimensionados como blindagem contra ruídos ou contra ação de roedores.

BANDEJAMENTOS E TUBULAÇÕES

Nas instalações internas, devemos nos preocupar com os bandejamentos, tubulações e dutos de todos os tipos sejam estes sob pisos elevados, sejam rebaixados, acima de forros ou aparentes. Muitos não dão à devida atenção a este aspecto, trazendo ao longo do tempo, situações que podem facilmente provocar problemas sérios numa rede como a interrupção da comunicação. Cabos passam a “sobreviver” sobre outros cabos (dados misturados com elétrica, por exemplo); sobre tubulações; sobre restos de obra, caixas, bobinas, tomadas de força, tubulações. O ambiente chega a ser impenetrável dificultando ou impossibilitando manutenções, o que gera novas instalações e consequentemente, prejuízos que poderiam ser evitados com gestão e organização.

O assunto é vasto e requer muita dedicação dos projetistas e instaladores. As empresas que demandam estes serviços como os ISP´s, data centers e empresas de todos os tipos de negócio precisam participar desta responsabilidade. Desta forma, permitirá que a infraestrutura faça o seu papel que é garantir a integridade dos sistemas com seus hardwares e softwares traduzindo em resultados que as empresas tanto desejam e precisam.

Reinaldo Vignoli é Engenheiro Eletricista, formado pela PUC/MG em 1994, possui MBA em Gerenciamento de Projetos, especialista em Projetos de Infraestrutura Física de Redes e Professor Universitário. Vignoli também é consultor e projetista, ministra treinamentos técnicos de cabeamento estruturado e redes ópticas e é colaborador da norma de cabeamento estruturado ABNT NBR 14565:2013, além de produtor de conteúdo sobre cabeamento em mídias sociais. 

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