Com o crescente avanço tecnológico cada vez mais busca-se novas tecnologias para as aplicações tradicionais. Um destes casos é monitoramento de redes, tradicionalmente realizado por meio de inspeções de campo, outra aplicação é o levantamento topográfico realizado comumente com estações totais e que hoje pode ser gerado com a utilização de veículos aéreos não tripulados (VANT).
A utilização de equipamentos cada vez mais tecnológicos permitem garantir maior confiabilidade ao produto gerado, além de muitas vezes apresentar vantagens econômicas e otimização de tempo em trabalhos de campo.
A obtenção de imagens área com o VANT possibilita inúmeras aplicações, sendo possível por meio de seu processamento realizar tomada de decisões com embasamento técnico e preciso, quanto ao tipo de relevo, ocupação do solo e monitoramento e avaliação de rede entre outros;
A qualidade dos produtos gerados é significativamente compensadora pelo investimento financeiro, pela qualidade do serviço gerado e pelo tempo gasto na coleta de informações.
Os critérios técnicos cada vez mais exigentes pelas concessionárias de energia para aprovação de projetos de rede de telecomunicações exigem dos profissionais e projetos cada vez mais completos.
Um dos itens críticos da avaliação de projetos de rede são os perfis topográficos, que possuem a finalidade de mostrar a altura do cabo projetado em relação ao solo e em relação as redes já existentes. Os critérios a serem atendidos com o perfil topográficos são exigidos pela norma técnica da Copel (NTC) 855901 no item 4:
4 – As distâncias mínimas dos cabos da rede da OCUPANTE em relação ao solo, conforme NTC 856004, inclusive para atendimento aos seus clientes nas situações mais desfavoráveis, serão as seguintes:
4.1 – Sobre pistas de rolamento e cruzamentos de ruas e avenidas – 5.000 mm.
4.2 – Sobre entradas de prédios e passagem particular de veículos – 4.500 mm.
4.3 – Sobre ruas e vias exclusivas à pedestres(área urbana ou rural) – 3.000 mm.
4.4 – Sobre pistas de rolamento de rodovias – 7.000 mm. Ver item 4.6.
4.5 – Sobre locais acessíveis ao trânsito de máquinas e equipamentos agrícolas e travessias sobre estradas particulares em áreas rurais: 6.000 mm.
4.6 – Para travessias de rodovias estaduais e federais, ferrovias, cursos d´águas navegáveis ou não e outros tipos de obstáculos, logradouros, deve ser consultado o MIT 16.26.06.
Para atender a esses e outros critérios exigidos pelas concessionárias é necessário ter informações atualizadas da superfície terrestre. Para tal a utilização de aerofotogrametria gerada por meio de voos com VANT permite elevada resolução espacial o qual mostra deslocamento de terra, existência de terraço (curva de nível agrícola), taludes, diferença de declividade em pontos do terreno, entre outros.
Buscando o aperfeiçoamento profissional e qualidade técnica nos projetos desenvolvidos utilizamos o VANT para coleta de informações e geração de aerofotogametrias.
O veículo aéreo não tripulado, conhecido comumente como drone, é um equipamento relativamente pequeno, cujo controle é feito remotamente. Eles foram criados para aplicação militar. Por volta dos anos de 80 e 90, encontrouse uma oportunidade para levantamento com esses equipamentos, pois sensores de mapeamento e navegação eram integrados nas plataformas por rádio, em baixa altitude e alta resolução de imagem.
Por se tratar de um equipamento considerado de fácil manuseio e de possibilitar o compartilhamento de informações com diferentes usuários, sua utilização está sendo cada vez mais difundida. O VANT é uma tecnologia que surge como alternativa rápida e precisa para a aplicação em topografia, quando comparado com técnicas tradicionais.
Um dos produtos gerados pelo levantamento realizado com o VANT é o modelo digital de terreno (MDT), que consiste em uma representação matemática de distribuição de forma continua da superfície o terreno, além de ortofoto e curva de nível.
O uso de novas tecnologias para geração destes produtos, que levam a um perfil topográfico de qualidade e confiabilidade exigem equipe técnica capacitada, além de equipamentos e softwares capazes de gerar produtos de qualidade.
O uso do drone para monitoramento de rede é promissor, pois facilitara a inspeção de rede e estrutura a ser compartilhada em áreas muitas vezes sem acesso de veículos e que apresentem restrições, como área particulares e área com vegetação alta. Possibilitara ainda identificação de falhas na rede e pontos críticos de instalação.
Figura 1 – Modelo digital de terreno (MDT)
Figura 2 – Ortofoto
Figura 3 – Ortofoto sobreposta ao Google – Earth
Figura 4 – Curvas de Nível.
Eloi Piana – Engenheiro Eletricista formado pela Unioeste, Diretor da Empresa Instelpa Engenharia Elétrica, certificado em Projeto e Execução de Redes Ópticas.