Sabemos que as pessoas determinam o caminho que vão percorrer na vida e a maneira como o fará com base em seus conjuntos de valores e em seus sistemas de crenças. O Líder possui seu próprio conjunto de valores e sistema de crenças que permitirá que ele determine sua rota que é desenvolver pessoas, estes determinarão os comportamentos dos líderes focados no desenvolvimento de pessoas. Vejamos a seguir algumas crenças e valores fundamentais de liderança.
A crença de que as pessoas são essencialmente boas e querem contribuir.
Perspectiva: “O desempenho das pessoas é compatível com a percepção que têm da sua expectativa em relação a elas”Dr. J. Sterling Livingston
Essa declaração é uma referência sobre a pessoa como ser e essência e não a respeito de seu comportamento. Pois esse pode ser bom ou ruim de acordo com a leitura perceptiva de cada pessoa.
Essa declaração é uma referência sobre a pessoa como ser e essência e não a respeito de seu comportamento. Pois esse pode ser bom ou ruim de acordo com a leitura perceptiva de cada pessoa. Quando digo que as pessoas são essencialmente boas me refiro não a questão moral e sim a virtude de serem bem-intencionadas em sua essência, e que desejam evoluir, contribuir e realizar algo desde que alguém deposite esse grau de confiança nela.
Alguns líderes desistem de investir em determinadas pessoas por não terem desenvolvido a capacidade de ver o outro como solo frutífero. Não existe uma única pessoa sem virtude. Ainda que aparentemente o outro não demonstre qualidades, talvez ele mesmo não as veja em si, todos somos potencialmente bons. O líder voltado para o desenvolvimento de pessoas tem essa crença como orientadora para seu comportamento, é essa a perspectiva que ele tem dos outros. Ele é um explorador de qualidades, um descobridor de virtudes.
Creia que todas as pessoas possuem os recursos necessários para atingir resultados e operar mudanças.
Perspectiva: “Trate as pessoas pelo que elas aparentam e se tornarão pessoas piores. Mas trate-as como se já fossem o que têm o potencial para serem e se transformarão naquilo que nasceram para ser.”Adaptado de Wolfgang Van Goeth
Uma das crenças mais vantajosas que um líder pode ter, com relação a si mesmo e aos que lidera é: Temos todos os recursos necessários para provocarmos qualquer mudança. Entendemos por recursos, poderes internos que têm por finalidade nos apoiar no exercício de determinadas competências. É poderosa a ideia de que temos todos os recursos internos para promovermos qualquer mudança. Crer nisso corresponde dizer que somos capazes de forjar, construir, caminhos que nos leve aos resultados que desejamos. Imagine que elementos como: Coragem, determinação, sensibilidade, alegria, motivação, prazer e tantos outros recursos que não encontramos para comprar, e nem nos é dado por meio de qualquer graduação, estão bem aqui dentro de nós prontos para serem acessados, para serem utilizados. Basta lançarmos mão do que já possuímos.
É papel do líder motivar seus colaboradores para que explorem os seus inesgotáveis recursos internos e os utilize para seu desenvolvimento profissional e pessoal.
Experimente acreditar que as pessoas estão fazendo o melhor dentro do limite de seus conhecimentos e capacidades atuais.
Perspectiva: “As pessoas não podem dar o que não têm, quando exijo de alguém o que ela não possui, não estou sendo apenas injusto e intolerante, mas contribuo para aumentar a sua sensação de incompetência.” Mário Ribeiro
A tolerância é uma virtude ligada à flexibilidade do Líder. Tolerar não significa aceitar incondicionalmente e por tempo indeterminado a baixa performance do liderado. Antes é compreender os limites do outro e respeitar esse limite, pois as pessoas produzem limitadas as suas crenças, capacidades e conhecimentos atuais.
Um Líder de Alta Performance considera verdadeiro o princípio de liderança que pressupõe que “Os resultados que as pessoas produzem estão limitados a seu conhecimento e capacidades atuais”. Quando estamos orientados por esse princípio temos algumas atitudes que marcam nossa liderança. Vejamos algumas atitudes características dos líderes que enxergam através desse paradigma.
A Primeira atitude é a de cessar as críticas severas que invariavelmente desmotivam o liderado em sua busca de resultados. Criticar severamente o seu desempenho pode parecer-lhe a imputação de fracasso, e sentir-se fracassado pode levá-lo a desmotivação diante dos desafios propostos. O Líder entende que as pessoas não fracassam, o que elas produzem são resultados, e tais resultados podem não ser os que se espera delas.
A Segunda atitude do líder é estar atento ao nível de conhecimento e aprendizado em que se encontram os membros de sua equipe. Se você deseja a melhoria da performance de seu grupo deve então assumir a postura de provedor de conhecimentos, municiando-os a todo tempo de informações que possam facilitar a qualidade e a quantidade da produção deles.
A Terceira atitude que deve ser adotada na relação do Líder com seus liderados é o acompanhamento do desenvolvimento das competências (capacidades) necessárias para o atingimento do resultado pretendido. Muitos dos problemas de desempenho de indivíduos e de equipes estão relacionados à falta de gestão e desenvolvimento de competências por parte do Líder em relação aos seus liderados. Não se deve apenas exigir competência por parte deles, mas sim ajudá-los a desenvolvê-las.
Perspectiva: “Quando dou as respostas para as perguntas de meus liderados os mantenho na zona de dependência o que os impedirá de atingir o nível de maturidade.” Mário Ribeiro
Fazer as perguntas certas para seu liderado pode motivá-lo a liberar seu potencial criativo. Ao invés dar para ele a solução pronta para determinadas questões, pergunte-o como resolveria a questão apresentada. Conduza-o a solução através de perguntas.
No continuum da maturidade nós alcançamos o auge após passarmos pelos três estágios do crescimento: Dependência – Independência – Interdependência. Quando assumimos a postura de sempre dar as respostas aos nossos liderados nós os mantemos no estágio de Dependência tirando deles a oportunidade do crescimento pessoal e profissional, assim como também lhes é tirada a oportunidade de desenvolver sua criatividade.
Dependência – Eis aqui um estado de dor, nessa faze o liderado age sob comandos emitidos pelo seu líder, e com base em suas orientações ele apresenta um bom desempenho. O seu sucesso é alimentado por uma espécie de cordão umbilical preso ao seu gestor. Mas quando ele não está presente causa um estado de dor e insegurança. Alguns gestores fazem questão de manter seus colaboradores nesse estágio, pois é uma forma de exercer controle sobre eles.
A dependência estabelece a linguagem do VOCÊ: “Você tem que tomar conta de mim”. “Você fez a coisa certa”. “Você não fez a coisa certa”. “Eu responsabilizo você pelos resultados”
Independência – Aqui o liderado passa a ter suas próprias respostas. Ele passa a desenvolver suas soluções e alternativas. Esse estágio revela sua capacidade de agir proativamente. Ele passa a correr riscos de maneira segura e obter os resultados esperados. Seu poder criativo é liberado e ele passa a ver os desafios em termos de possibilidade.
A Independência estabelece a linguagem do EU: “Eu sei fazer”. “Eu sou responsável”. “Eu tenho certeza”. “Eu sei escolher”.
Interdependência – Esse é o nível mais elevado que se pode alcançar nas relações interpessoais. Aqui o liderado não abdica de sua capacidade de realizar sozinho, no entanto passa a considerar que pode alcançar melhores resultados se contar com o envolvimento de outras pessoas para contribuírem com ele no atingimento de seus objetivos. A idéia de sinergia tem uma ampla aplicação nessa fase de autodesenvolvimento.
A Interdependência estabelece a linguagem do nós: “Nós podemos fazer isso”. “Nós podemos cooperar”. “Nós vamos unir nossos talentos e habilidades para juntos criarmos algo maior”.
É fundamental que o líder tenha o compromisso de conduzir seus liderados a esse nível de amadurecimento, respeitando as fases anteriores que obrigatoriamente eles terão que passar. Estabeleça um sistema de crenças que ampliem sua capacidade de extrair, por meio do exercício da liderança eficaz, o melhor resultado que seu time pode alcançar.