Transformando os ISPs através da Experiência dos Clientes
Enviado em 23.05.2024

Transformando os ISPs através da Experiência dos Clientes

Certamente quem me acompanha nesse mundo dos provedores regionais deve saber que há quase 8 anos venho posicionando que a experiência do cliente […]

Certamente quem me acompanha nesse mundo dos provedores regionais deve saber que há quase 8 anos venho posicionando que a experiência do cliente é o foco dos nossos desafios de conquistar e manter os clientes. A dificuldade de transformar a cultura que se alastra há quase 30 anos nesse segmento é muito rígida e realizar essa mudança chega a ser uma luta intensa de treinamentos conceituais e modelagens práticas. Isso quer dizer que um treinamento reunindo os sócios e gestores não é o suficiente para instruir a ideia, mas estar presente em campo, em bancada, em loja é o que se faz necessário para modelagem prática de ação e realização.

Para qualquer empresa no segmento de serviços, desde os básicos como manicure até os mais complexos como aéreas demonstram que o fator crítico para o sucesso é a Experiência do Cliente. Essas empresas sempre competiram tendo como base o preço e a qualidade dos serviços. No entanto, com o avanço da tecnologia, os consumidores passaram a ter acesso a uma variedade de opções, o que fez com que as empresas não só atentassem para os seus serviços oferecidos e sim focassem no como e quanto os seus serviços eram percebidos e significativos para o cliente.

Hoje, não é apenas sobre vender, mas proporcionar uma experiência única e memorável para o cliente. A Experiência do Cliente tornou-se um diferencial competitivo crucial e muitas vezes é o principal fator que influência a decisão de compra de um cliente. Certamente, que se diga e reforce, a tecnologia mudará, terão novos dispositivos, novas ofertas de velocidades e transmissão, mas certamente o cliente será o alvo máximo de tudo isso e o desafio será de como ele percebe e quer conviver com seus fornecedores de serviços.

Jeanne Bliss é fundadora da “CustomerBliss”, empresa dedicada a impulsionar organizações renomadas como a Johnson & Johnson, Brooks Brothers, Bombardier Aerospace, entre outras. Em seu livro, “Chief Customer Officer”, que já tem edição em português, ela detalha que as empresas que definem estrategicamente de posicionar o cliente como centro das ações, são empresas que mantém um alto índice de fidelidade com geração de experiências positivas permanentemente. Destaco 4 itens de suas orientações para exemplificar suas opiniões:

A Importância do Líder de Experiência do Cliente: onde Jeanne Bliss destaca a necessidade de uma liderança dedicada à experiência do cliente para garantir que a voz do cliente seja ouvida em todos os níveis da empresa. Isso significa desde o técnico até o diretor. Saber ouvir e se relacionar com o cliente é chave de sucesso.

Cultura Organizacional Centrada no Cliente: a autora explora como criar uma cultura organizacional que valoriza e prioriza a experiência do cliente. Isso envolve não apenas ações superficiais, mas uma mudança profunda nos valores e nas práticas da empresa.

Construção de Relações de Longo Prazo com Clientes: Bliss discute a importância de construir relacionamentos duradouros com os clientes, destacando que a lealdade do cliente não é apenas sobre transações individuais, mas sobre a jornada completa do cliente com a marca. Aliás, marca deve ser nosso principal foco em marketing, fazendo com que a lembrança do cliente seja sempre ativa quando o sinônimo de satisfação, seja questionado no uso de uma empresa prestadora de serviço de internet.

Integração da Experiência do Cliente na Estratégia de Negócios: Jeanne aborda a necessidade de integrar a experiência do cliente nas estratégias de negócios de forma holística, em vez de considerá-la como uma função isolada. Com isso, a melhor forma de fazer uma decisão estratégica dessa é percorrer toda a jornada do cliente, na prática.

Outra ilustre autora da matéria é Annette Franz, a qual é uma especialista em Experiência do Cliente (CX) e fundadora da CX Journey Inc., uma empresa de consultoria dedicada a ajudar organizações a criar e implementar estratégias eficazes de experiência do cliente. Autora do livro “Customer Understanding”, no qual ela explora maneiras práticas de colocar o cliente no centro da experiência do cliente e, consequentemente, no centro dos negócios.

Certamente, temos um desafio pela frente. Os ISPs sempre foram envolvidos para mirar a tecnologia, as redes, os servidores, etc. Olhar para o cliente nunca foi nossa especialidade e entender de gente, talvez um pouco pior, entender do que elas anseiam é bem complicado, ou melhor, é bastante complicado. Entretanto, essa complicação tem uma chave de ouro que podemos abrir: “Ouvir mais do que falar”. Nisso precisamos caminhar melhor. Desde o momento da abordagem com o cliente nos comportamos como uma metralhadora de argumentos, depois somos outra metralhadora no relacionamento com cliente, e por aí vai! Ouvir mais é praticar a humildade e respeitar o limite de conhecimento do nosso cliente. Em geral, eles não sabem o que estão comprando e nem muito menos como usarão nossos serviços.

Na prática, os caminhos que precisamos definir para transformar nossos ISPs em negócios baseados na experiência do cliente é ter a consciência do propósito, o plano de ação de instrução dos colaboradores, e aferição permanente de resultados das pesquisas com o usuário.

Justificando, as empresas de tecnologias precisam ter uma atenção especial para essa orientação porque a Experiência do Cliente (CX) emergiu como um componente vital no sucesso das empresas inovadoras, especialmente no segmento da tecnologia. À medida que a tecnologia continua a moldar e remodelar o panorama das organizações, as expectativas dos clientes também evoluem, exigindo das empresas de tecnologia uma abordagem cada vez mais centrada no cliente. Antes, a ênfase estava predominantemente em criar produtos inovadores. Hoje, a inovação vai além da criação de tecnologias de ponta; está intrinsecamente ligada à capacidade de oferecer experiências que abracem com os clientes. Após a pandemia, triste momento da humanidade, a transformação digital desempenhou um papel crucial nesse cenário, permitindo que as empresas de tecnologia se aproximem dos clientes em um nível mais pessoal, mais personalizado, eu diria.

A personalização é uma peça-chave nesse quebra-cabeça. As empresas reconhecem a importância de oferecer serviços personalizados para atender às demandas individuais dos clientes. Da customização de software à personalização de dispositivos, a capacidade de adaptar-se às necessidades específicas dos clientes tornou-se um diferencial competitivo essencial. Exemplo disso as empresas que oferecem o serviço formatado do seu jeito, dando ao cliente a sensação de que ele está no comando de suas escolhas.

A integração do CX nas estratégias de negócios é um imperativo. Não é mais suficiente considerar o CX como um departamento. Sim, temos a vertical de Relacionamento com Cliente que deve ter mais disposição em fazer ativo e receptivo com os clientes, mas o CX deve ser incorporado nas estratégias gerais do provedor onde todos focam a experiência do cliente. Empresas de tecnologia bem-sucedidas, como Apple, Microsoft, Intel, Google, entre outas, reconhecem que a satisfação do cliente não é apenas um resultado desejável, mas um elemento fundamental para atingir os objetivos de fidelidade e satisfação do cliente.

Os clientes não são mais meros consumidores; precisam ser vistos como parceiros na inovação do serviço. Empresas de tecnologia estão descobrindo o valor de envolver os clientes no processo de desenvolvimento de produtos e serviços. Essas criações conjuntas não apenas fortalece a relação entre empresa e cliente, mas também resulta em soluções mais alinhadas com as reais necessidades do mercado.

Enfim, meus amigos, os ISPs serão certamente diferenciados, quando a Experiência do Cliente nas empresas de tecnologia transcender a mera prestação de serviços. Ela é uma expressão tangível do compromisso da empresa com seus clientes, uma narrativa que se desenrola a cada interação. À medida que as tecnologias evoluem, as empresas que entenderem e abraçarem plenamente o poder da CX estarão na vanguarda da inovação e da lealdade do cliente. Afinal, em um mundo impulsionado pela tecnologia, a verdadeira inovação está na criação de experiências que encantam e ressoam com o coração dos clientes.

Forte abraço.

Rogério Couto, Possui sólida experiência com mais de 25 anos no mercado de Telecomunicações. Fundador e Consultor da RL2m que passou a ser PROISP Consultoria e Treinamento destinados a formação e desenvolvimento dos provedores regionais de internet no Brasil

Comentários