Testes Para Certificação de Redes Ópticas - ISPBLOG
Enviado em 07.04.2016

Testes Para Certificação de Redes Ópticas

Para a caracterização do estado das redes ópticas são efetuados testes que verificam as características físicas e de transmissão das fibras. Veja mais.

Considerando-se que uma rede óptica esteja instalada, desde os cabos até todas as ferragens e demais acessórios, o passo seguinte consiste no teste do cabeamento óptico visando sua certificação. Os testes irão demonstrar se a rede está disponível para o uso e, se não estiver, irá apontar as falhas que devam ser corrigidas.

Vale ressaltar que os testes de certificação devem ser feitos sempre depois que toda a instalação foi completada e sempre antes da rede ser disponibilizada para utilização. É imprescindível que este procedimento seja respeitado, pois, no caso de o sistema ser ativado antes dos testes e, eventualmente surgir uma falha, a localização da causa desta, bem como seu diagnóstico, pode levar muito tempo, causando transtornos como desativação e paralisação da rede, pois, defeitos com software ou hardware costumam ser confundidos com defeitos de cabeamento. Dessa forma, é de importância fundamental que a rede seja devidamente testada antes de ser ativada.

A priori, os cabos ópticos e os acessórios são previamente testados em fábrica, sobre uma série de parâmetros relacionados com os dados construtivos dos mesmos e, principalmente, com os parâmetros de desempenho. Contudo, faz-se necessário realizar testes em campo após a instalação ter sido executada. Esta providência tem a finalidade de verificar se, na ocasião da instalação dos cabos e acessórios, as características destes não foram afetadas a ponto de prejudicar o desempenho da rede instalada.

Para a caracterização do estado das redes ópticas são efetuados testes que verificam as características físicas e de transmissão das fibras. Basicamente, os parâmetros medidos compreendem:

 

  • Largura de banda – Teste no fabricante – É a medida da capacidade de transporte de informação do sistema de cabeamento. Varia inversamente com o comprimento do cabeamento, comprimentos maiores oferecem larguras de banda menores. O teste de largura de banda determina a máxima velocidade de transmissão de sinais que uma fibra óptica pode ter, ou seja, mede a capacidade de resposta da fibra óptica. O teste é realizado com o objetivo de saber se a fibra óptica tem condições de operar com a taxa de transmissão especificada para o sistema;
  • Perfil de índice de refração – Teste no fabricante – Este teste tem maior importância na fase de fabricação de fibras ópticas. Considera-se que o valor do índice de refração em um determinado ponto será proporcional à distribuição de luz do campo próximo;
  • Diâmetro do campo modal (Abertura Numérica) – Teste no fabricante – A abertura numérica é um número que define a capacidade de captação luminosa da fibra óptica. É uma grandeza intrínseca à própria fibra e definida na sua fabricação. Por exemplo, o valor típico para abertura numérica nas fibras multimodo 50/125um é 0,2. Como a abertura numérica é equivalente à distribuição de luz do campo distante, o teste mede a intensidade de luz desse campo;
  • Atenuação espectral – Teste no fabricante – Este tipo de teste mede a atenuação da fibra óptica numa faixa de comprimentos de onda contendo o comprimento de onda em que a fibra operará. É um teste efetuado em laboratório devido à sua complexidade e precisão e fornece dados sobre a contaminação que pode ter ocorrido na fabricação da pré-forma e puxamento;
  • Atenuação – Teste de campo – Representa a perda de potência óptica medida em dB (decibéis). É o fator limitante na maioria dos sistemas ópticos. As propriedades de emendas na fibra, conectores e adaptadores utilizados, além dos próprios equipamentos ativos da rede, contribuem para a atenuação total do sistema. Outras perdas adicionais (curvaturas, tração excessiva na instalação, etc) podem contribuir para aumentar a atenuação;
  • Atenuação por retroespalhamento – Teste de campo – Este teste é realizado com o instrumento chamado OTDR (Optical Time Domain Reflectometer). O instrumento faz uso do fenômeno do espalhamento de Rayleigh para medir o comprimento da fibra, atenuação das emendas, atenuação nos conectores, localizar defeitos, e outros;
  • Atenuação de inserção – Teste de campo – Este teste é o mais apropriado para medir a atenuação da fibra óptica apenas no comprimento de onda de operação do sistema. O teste utiliza dois instrumentos: o medidor de potência (power meter) e a fonte de luz, dividindo-se em duas etapas: na primeira é efetuada a calibração dos instrumentos, para conhecimento da potência de luz que será lançada na fibra óptica e a segunda é a medida de potência após a luz percorrer toda a fibra óptica. A diferença entre as duas medidas será o valor de atenuação de inserção;
  • Teste de comprimento – Teste de campo – O comprimento de um link óptico deve ser medido para garantir os requisitos do sistema. O comprimento pode ser medido via “propagation delay” se o índice de refração gradual da fibra for conhecido, ou medido com um OTDR. No caso de medida com o OTDR, é necessário saber o índice de refração da fibra sob teste (informado pelo fabricante).

 

José Mauricio dos Santos Pinheiro
Profissional da área de tecnologia, professor universitário e palestrante.

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