O ano de 2017 certamente foi um ano de muitas mudanças para a América Latina. A maioria dos provedores de serviços de telecomunicações se esforçam para buscar diferenciais em uma região que está em constante processo de globalização. Algumas operadoras encontram sua diferenciação na agilidade da prestação dos serviços; outras reduzem o custo total de propriedade (TCO – Total Cost of Ownership). É importante ressaltar que as despesas operacionais (OPEX ou Operating Expense) tornaram-se um dos principais fatores que influenciam a criação do diferencial entre os serviços das operadoras. As redes cognitivas abrem um horizonte de possibilidades para as operadoras que buscam diferenciar seus serviços no mercado, agilizando os mesmos e incorporando novos modelos econômicos para competir na região.
O que são?
O futuro das redes de transporte de informações será baseado em redes cognitivas, as quais compreendem 5 pilares principais: ferramentas analíticas avançadas, aprendizagem de máquina, redes autônomas, redes preditivas e redes prescritivas. Esses tipos de redes usarão as ferramentas analíticas e a aprendizagem de máquina para conhecer a situação real da rede. Elas automatizarão as tarefas rotineiras, que normalmente requerem intervenção humana, proporcionando autonomia para sua operação e manutenção. Elas prevêem os problemas que podem ocorrer e prescrevem possíveis soluções para otimizar as rotas de transporte ou reduzir os riscos. Uma rede cognitiva engloba esses cinco pilares num sistema coerente, o qual permite que a rede aprenda ao longo do tempo no que diz respeito dos seus componentes, e como reagir de forma proativa diante de possíveis variações.
Onde estamos?
O primeiro passo para as redes cognitivas é garantir que as redes de transporte sejam flexíveis e dinâmicas. Até o momento, muitas das redes de transporte óptico na América Latina são estáticas e rígidas. Talvez o passo mais importante para atingir esse dinamismo é a adoção de modelos de capacidade definida por software (Software Defined Capacity – SDC). A capacidade definida por software é o recurso que permite aos usuários utilizar a capacidade da rede como um recurso flexível e moldável. Esta tecnologia permite que a largura de banda possa ser adquirida sob demanda, podendo transferi-la para onde é necessária, para reduzir o processo de planejamento de uma rede de meses para minutos.
No entanto, como indústria, ainda temos um longo caminho até alcançarmos as redes cognitivas, mas certamente com o advento da SDN/NFV e a adoção de modelos de capacidade definida por software, estamos no início de uma transformação significativa rumo a uma nova era nas telecomunicações. A América Latina está pronta e no caminho de dar os primeiros passos para atingir as redes cognitivas no futuro.
Andres Madero é Diretor de Desenvolvimento de Arquitetura para Fornecedor de Serviços e de Desenvolvimento de Negócios da America Latina na Infinera. Ele detem o titulo de Bacharel em Engenharia pela Universidade Del Norte, da Colômbia, e é mestre em Administração pela Universidade de Phoenix, dos Estados Unidos.