Com frequência tenho esta pergunta em nossos treinamentos e a resposta vocês já podem imaginar…
DEPENDE…
Sabendo-se que a potência óptica na saída da porta PON será atenuada pelas perdas que o sinal encontrará até a CTO, esta então pode ser calculada como sendo:
PotCTO=PotOLT – PProj
Onde:
PotCTO= Potência medida na CTO
PotOLT= Potência medida na saída da porta PON de OLT
PProj= Perda projetada até a CTO
Desta forma, para determinarmos qual a potência a ser medida nas CTOs devemos primeiramente conhecer qual a potência de saída da porta PON da OLT.
É importante compreender que no momento em que projetamos a rede devemos utilizar a menor potência informada pelo fabricante do SFP, quer seja ele B+, C+ ou C++.
No entanto, para o cálculo da potência a ser medida na CTO devemos efetivamente conhecer a potência emitida em cada porta PON.
Sabemos que os lasers dos SFPs, tanto dos equipamentos EPONs como os dos GPONs emitem luz no comprimento de onda de 1490 nm.
Desta forma, para efetuarmos corretamente a medida da potência óptica de cada porta, utilizamos power meter com o cuidado de selecionar o comprimento de onda de 1490 nm.
É importante também utilizarmos nesta medida um pathcord com conectores em bom estado de conservação, limpos e com padrão adequado à OLT e ao power meter.
De posse dos valores de potência de cada porta PON, devemos calcular a perda projetada até cada CTO onde desejamos conhecer a potência a ser medida na mesma.
Para este cálculo partimos do diagrama unifilar que utilizamos no projeto para o cálculo do orçamento de potência.
Como ilustração, utilizaremos em nosso exemplo o seguinte diagrama unifilar abaixo com as seguintes perdas:
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5 conexões ópticas, que neste exemplo consideraremos 0,5 dB por conexão, que é o máximo permitido pela Anatel para homologar um conector.
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5 emendas por fusão, que neste exemplo consideraremos 0,1 dB por emenda, que é o máximo permitido por norma EIA e é a especificação de várias máquinas de emendas que fazem alinhamento de fibras pela casca.
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2 splitters 1×8, que neste exemplo consideraremos 10,5 dB por splitter, que é a máxima perda por inserção permitida pelo Anatel para homologar um splitter 1×8.
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5 km de fibra até a CTO, que neste exemplo consideraremos 0,25 dB por quilômetro, que é a perda típica das fibras ópticas homologadas para o comprimento de onda de 1490 nm.
Desta forma, considerando o digrama da figura abaixo, calculamos as seguintes perdas projetadas:
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Com conexões: 3 x 0,5 = 1,50 dB
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Com emendas: 5 x 0,1 = 0,50 dB
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Com splitters: 2 x 10,5 = 21,00 dB
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E na fibra: 5 x 0,25 = 1,25 dB
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Total da perda projetada: 24,25 dB
Importante lembrar que no momento do projeto e cálculo do orçamento de potência utilizamos em nossos cálculos a perda da fibra como sendo 0,35 dB/km, que corresponde à perda do comprimento de 1310 nm. No entanto, para o cálculo da potência na CTOs devemos utilizar a perda do comprimento de onda dos SFPs da OLT.
Para finalizar nossos cálculos, consideraremos que a potência medida na porta da OLT é de 4,5 dBm.
Podemos então voltar a nossa fórmula e calcular a potência projetada na CTO.
PotCTO= 4,5 – 24,24
PotCTO= -19,25dBm
Esta deve ser esperada na CTO considerando os valores projetados.
Caso a potência medida esteja melhor que a potência projetada, devemos aprovar a CTO.
No entanto, caso a medida esteja pior que a potência projetada, devemos reprovar a CTO.
Na verdade, isto evidencia um problema na execução da implantação da rede que devemos localizar e corrigir.
E então amigos, a potência na CTOs de vocês está de acordo ao seu projeto?
Bons projetos!
Ronaldo Couto – Engenheiro Eletricista, com ênfase em Telecomunicações. Especialista em Redes de Fibra Óptica. Fundador da Primori Tecnologia.