Enfrentamos um momento de grande desafio global, enquanto o novo coronavírus se espalha por diversos países. Além das questões relacionadas a uma melhor higiene pessoal, uma das principais orientações da OMS se refere à restrição a eventos e lugares com grandes aglomerações de pessoas.
Estamos acompanhando o isolamento da população e das cidades.
Nos setores de Telecomunicações e TI, vemos como consequência um grande aumento na demanda por banda e por novas soluções de conectividade. De uma forma sem precedentes, empresas passaram todas as suas operações possíveis para home office; adicionalmente, com as restrições de funcionamento de empresas de vários setores da economia e a suspensão de aulas em todo o país, a população gera cada vez mais demanda de tráfego em suas residências.
Mas além desta visão, um provedor de acesso à internet em Oliveira, interior de Minas Gerais, identificou uma questão adicional ao consumo gerado por aplicações já existentes no fluxo típico de conectividade de seus clientes: o crescimento de demandas que antes eram exclusivamente offline em suas cidades de atuação. “Muito tem-se dito a respeito do aumento do consumo por novas demandas de home office e de aplicações de streaming OTT, e isto é um fato real. Porém o cancelamento de eventos sociais tipicamente offline trouxeram uma demanda realmente nova para a rede; talvez o principal exemplo seja o cancelamento da participação presencial em missas e cultos.
Vimos em nossas cidades de operação uma busca imediata por transmissões ao vivo, normalmente através de redes sociais. E isto pode ter um impacto realmente considerável na operação de pequenos provedores regionais” informa Denilson Rocha, Diretor de Tecnologia e Inovação do Grupo Vertentes.
“Sabemos que missas e cultos são transmitidas ao vivo há muitos anos na internet. O fato novo é que agora cada igreja local tem buscado seus próprios meios para transmitir suas missas e cultos, para não perder o relacionamento com seus fiéis. Fizemos um trabalho de acompanhamento em uma paróquia de nossa pequena cidade, que possui menos de 42.000 habitantes: em apenas uma única missa, transmitida em uma única mídia social, mais de 600 pessoas acompanharam ao vivo. Este tráfego local de fato não existia, pois o público ia pessoalmente à missa”, completa.
Atualmente, o Brasil tem mais de 11.000 provedores de internet homologados na Anatel.
Estas empresas levam conectividade a todas as cidades do país, através de operações locais ou regionais. E em empresas de menor porte, o aumento deste tipo de tráfego tende a gerar um impacto mais forte. Em um domingo à noite, por exemplo, uma missa local transmitida a apenas 800 Kbps, sendo acompanhada por mais de 1.000 pessoas da mesma cidade pode injetar quase 1 Gbps de tráfego de streaming durante um horário que já é de pico.
A empresa decidiu então desenvolver uma plataforma Web de streaming totalmente gratuita, onde os principais eventos comunitários de suas cidades de operação estão disponíveis ao vivo. Desta forma, além de centralizar os eventos sociais e gerar grande relacionamento da sua marca com toda a população, o provedor consegue inverter o fluxo de dados em seus backbones de entrada. Desta forma, todos os seus próprios clientes consomem o conteúdo localmente e têm uma melhor experiência, enquanto usuários externos buscam o conteúdo em seus servidores, consumindo upload do circuito, que tem grande disponibilidade.
Em uma primeira transmissão com divulgação controlada, foram analisados os recursos de consumo de CPU, memória e IO do servidor de streaming. Em termos de tráfego, as cerca de 80 pessoas que acompanharam uma missa ao vivo geraram um fluxo médio de 70 Mbps. Grande parte deste fluxo foi entregue diretamente aos próprios clientes do provedor, e portanto não consumiram recursos de download do backbone de entrada. E a todos os demais clientes externos, o fluxo era servido como upload, onde há uma imensa sobra de recursos.
Amostragem de missa transmitida a um bitrate de 800 Kbps, com cerca de 80 telespectadores: fluxo típico entre 60 e 80 Mpbs. Em um cenário de 800 telespectadores, o tráfego seria de 600 a 800 Mbps.
“Nosso primeiro insight veio com o intuito de criar algo rápido e fácil, gratuito para a população e para os organizadores destes eventos de grande importância para a comunidade. Sabemos que existem diversas formas de transmitir através de mídias sociais como Facebook ou Youtube, porém isto limita o público de cada evento à sua própria mídia social e dificulta o processo para os organizadores. Além disso, nem toda a população está
presente em todas as mídias sociais – principalmente os idosos. E quando fizemos as contas do tráfego, não restaram dúvidas de que faria todo o sentido para nossa operação” complementa Denilson.
A transmissão é feita de forma muito simples: a empresa orienta quanto à instalação e configuração de um aplicativo gratuito de streaming, que enviará as imagens para os servidores do provedor. A partir daí as imagens ao vivo são transmitidas na internet, além de serem gravadas e disponibilizadas para visualizações posteriores.
Toda a solução tecnológica está sendo oferecida gratuitamente pela empresa, como apoio para que as celebrações e eventos sociais possam continuar disponíveis à população por meio da internet, neste momento em que a maioria das pessoas precisa permanecer em suas casas.
“Acreditamos que todos temos um papel social a ser cumprido, e que temos que fazê-lo positivamente. Nossa empresa sempre esteve presente em ações sociais em nossas comunidades, e em um momento em que as pessoas precisam de mais soluções e tecnologia, não poderíamos deixar de contribuir” comenta Luiz Paulo Melo, Diretor Executivo do Grupo Vertentes. “Basta que o local do evento tenha uma boa conectividade à
internet, e que o responsável possua um bom smartphone para fazer a transmissão”, completa.
Outra grande aplicação da plataforma está na possibilidade de se transmitir ao vivo os comunicados e determinações do governo municipal, reuniões estratégicas para a comunidade ou ainda reuniões das diretorias das escolas. Em um período em que as aulas encontram-se suspensas, as diretorias podem agendar e efetuar transmissões ao vivo para pais e alunos, por exemplo. A solução teve como base a tecnologia desenvolvida pela Startup climaaovivo.com.br, que transmite gratuitamente as condições do tempo ao vivo em mais de 100 cidades do país, em sua maioria com provedores de acesso à internet, para os quais envia câmeras IP Full HD para monitoramento climático.
Juntas, as empresas informam que disponibilizarão o código fonte da interface Web gratuitamente a todos os provedores de internet que operam regionalmente no Brasil. Desta forma, cada empresa de telecomunicações local poderá ter sua própria plataforma personalizada com os eventos das suas cidades. Isto ajuda a manter o tráfego de streaming mais restrito a cada cidade, diminuindo o impacto do consumo de banda na internet nacional, além de manter a essência local dos eventos em cada município.
Para solicitar o código fonte basta preencher o formulário de contato no rodapé da plataforma.
Nas cidades mineiras de Oliveira, Carmo da Mata e São Francisco de Paula, em que o Grupo Vertentes atua diretamente com rede própria de acesso à internet, os primeiros eventos já estão disponíveis através do endereço https://aovivo.grupovertentes.com.br .