Nosso Paradigma Influencia nossas decisões e comportamentos
Enviado em 07.08.2020

Nosso Paradigma Influencia nossas decisões e comportamentos

Nos últimos tempos falar sobre paradigma é muito comum nos contextos organizacionais. Mas entender de fato do que se trata esse assunto, ou, pelo menos, esse termo, é muito incomum. Mas a final, o que é ou quem é esse tal de Paradigma?

“um mapa não é o território que representa, mas, se estiver correto, tem uma estrutura semelhante à do território, o que justifica sua utilização” – Alfred Korzybski – Engenheiro, filósofo e matemático polonês

Nos últimos tempos falar sobre paradigma é muito comum nos contextos organizacionais. Mas entender de fato do que se trata esse assunto, ou, pelo menos, esse termo, é muito incomum. Mas a final, o que é ou quem é esse tal de Paradigma?

Mas afinal o que é um paradigma?

Algumas pessoas têm uma percepção de paradigma como sendo algo ruim a ser perseguido e quebrado. Se fosse definir de maneira objetiva, diria que um Paradigma é meu modo particular de perceber o mundo. É minha representação da realidade. As lentes através das quais eu enxergo a vida, seus acontecimentos e as pessoas em determinados contextos onde eu e elas estamos inseridos.

Seguindo a ideia da definição acima, podemos afirmar que o paradigma é o meu ponto de vista, é o lugar a partir do qual eu enxergo as coisas, é a minha perspectiva que é a minha capacidade de ver aqui e no futuro, é o meu limite de visão. A minha capacidade de visão está limitada a minha perspectiva que é o ângulo a partir do qual eu enxergo. Quanto mais acessos eu tenho a diferentes perspectivas mais completa se torna a minha visão. Outra forma de ver melhor é encontrar um ponto a partir do qual eu tenha como aglutinar mais elementos possíveis de um dado contexto.

Podemos estar diante de um mesmo contexto só que em posições angulares diferentes. Quando eu fizer a minha narrativa do que vejo poderá contrastar com a sua, pois cada um de nós falará daquilo que os nossos olhos, ou percepção, são capazes de alcançar.

Gosto da metáfora das lentes dos óculos para exemplificar um paradigma. Se você não usa óculos experimente pedir a alguém que utiliza e ponha sobre os seus olhos e veja se a sua descrição do ambiente Foi a mesma que a anterior quando não os utilizava. No mínimo as suas vistas ficarão embaçadas ou distorcidas. Os paradigmas são as lentes que utilizamos para enxergar as coisas ao nosso redor, quanto mais ajustadas forem maiores serão as possibilidades de vermos as coisas o mais próximo possível do que elas são.

Devemos quebrar todo tipo de paradigma?

Existem paradigmas possibilitadores. Esses podem e devem ser reforçados, pois trazem resultados positivos para as pessoas e para as organizações. Os que devem ser rompidos são os limitadores que nos levam a enxergar em termos de impossibilidades ou dificuldades. Estes devem ser substituídos por aqueles que sugerem as experiências como oportunidades possibilitadoras.

Eu enxergo a vida e o mundo não como são, mas como eu sou. Eu represento a realidade de acordo com a limitada perspectiva que tenho dela.

Vejamos como Stephen Covey define paradigma em seu famoso livro “Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”:

A palavra paradigma vem do grego. Na sua origem era um termo científico. Mas hoje é usada comumente para definir um modelo, teoria, percepção, pressuposto, ou padrão de referência. Em um sentido mais geral, é a maneira como “vemos” o mundo – não no sentido visual, mas sim em termos de percepção. Compreensão e interpretação.

HH

O estudo de Thomas Kuhn, A estrutura das Revoluções Científicas, é o texto que trouxe à tona o uso do conceito de paradigma nos anos 1970/80, aplicado à história do fazer científico.

O significado clássico de paradigma em Platão, por exemplo, é a ideia de modelo. Uma vez moldado ao modelo, a pessoa domina uma espécie de mapa do conhecimento limitada à sua zona de escolha. Enfim, ele tem a assimilação de um roteiro. Isto ocorre desse modo porque “… uma pessoa, ao adquirir um paradigma, adquire igualmente um conjunto de critérios para as escolhas de comportamentos que, enquanto o paradigma for aceito, poderemos considerar que o comportamento se seguirá”.

Meu mundo é o que eu enxergo

De fato o mais importante não são as coisas que acontecem fora de mim, e sim como eu interpreto, enxergo ou atribuo valor. Em uma perspectiva da psicologia podemos afirmar, em um aspecto subjetivo, que o mundo é o que eu escolho ver nele, e isso provoca em mim as minhas reações e comportamentos.

O poder do paradigma está no fato dele ser a nossa visão interpretativa do mundo o que molda em nós comportamentos específicos. O poder da mudança de paradigma reside na experiência que ela produz nos levando de uma visão do mundo para outra. É como se renascêssemos ou um mundo novo nascesse para nós.

Essa experiência produz novos padrões de comportamentos e novas respostas as circunstâncias, pois o meu modelo de interpretar está mudado.

Mas para entendermos a estrutura dos paradigmas precisamos entender sua origem. Isso mesmo, ele não simplesmente acontece, ele é precedido de um elemento que considero entre os dois mais poderosos dínamos que temos a nossa disposição. Estou me referindo as nossas Crenças e nossas escolhas.

Isso mesmo, apesar de termos um processo inconsciente de aprendizado, muito do que acreditamos sobre a vida e sobre como devemos nos comportar em relação a ela é um legado de aprendizado baseado em experiências não recordadas, basta você ser questionado, por exemplo, sobre um valor que você preserva como o de falar a verdade, porque falar a verdade é o mais correto? Sua explicação para isso tem origens desconhecidas para seu consciente, você pode ter aprendido por conta de experiências onde mentir trouxe consequências destrutivas. Assim adquirimos boa parte dos nossos paradigmas, mas a maioria deles aprendemos por escolha pessoal com base no que eles podem nos trazer de benefícios.

Minha performance, meu desempenho, os resultados que alcanço em qualquer área de minha vida, em qualquer papel que desempenho, estão diretamente relacionados com os limites estabelecidos por meus modelos de perceber a vida, não é possível produzir, gerar resultados fora dos limites por eles estabelecidos. Minha motivação obedece aos estímulos gerados pela minha percepção e posição de minhas perspectivas. Quando eu mudo a forma de ver eu encontros novas possibilidades, passo a ter acesso a caminhos e a formas novas de realizar algo, aumentando assim minha zona de influência.

Lembre-se, o mundo, as pessoas e os fatos são o que eu resolvo enxergar, e crer nisso já é uma maneira nova de explorar novas possibilidades.

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